Pulgas na Rede

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Campanha Cultural (Ou estratégia de guerrilha anti contra-cultura)

Eu bem que falei sobre não comentar mais sobre isso por aqui, mas já que não se discute outra coisa por aí (viva a semântica rs), então é o jeito fazer um breve comentário sobre aquele lixo de programa hediondo que vocês podem conferir na passagem entre um canal e outro, por volta das 22h, na sua TV aberta...


Eu não consigo encontrar palavras que não sejam de bem baixo nível pra fazer toda as minhas referências negativas a este programa, e ao que eu penso sobre ele e sobre o dano que ele causa no cérebro das pessoas. Então vou falar só sobre os procedimentos mesmo. Se você navega muito pela internet e quer encontrar boas formas de combater a disseminação desta contra-cultura de maneira criativa, artística e inteligente, continue lendo e vamos tentar fazer isso juntos!
É repetida, mas clique para ampliar!

Sobre as TAGs e as Timelines. Acho que já deu pra perceber que em nenhum momento desta postagem eu citei nenhum nome ou fiz nenhuma referência direta nem à emissora e nem ao programa ou algum integrante. Não é culpa do meu ódio pessoal. A explicação é um tanto quanto específica em detalhes de Informática e programação virtual, mas vamos falar aqui de maneira leiga (até porque eu também sou leigo, hehehe).

A internet quase inteira compartilha e seleciona informações a partir de diversos recursos que são fortemente articulados dentro das redes sociais. Dois exemplos são as Timelines e as TAGs. Pode ter certeza que sua rede social, ou mesmo os mecanismos de busca, seriam muito mais complicados e desorganizados se esses recursos não existissem. Funciona mais ou menos assim: este blog, o Facebook, o Google, o Twitter, etc, etc... utilizam filtros para capturar as TAGs. TAGs são "rótulos", ou "referências" ou, quem sabe, palavras-chave sobre um determinado assunto. Toda vez que você clica num link,  lê uma matéria, escreve ou posta alguma coisa, assiste algum vídeo, os sistemas de compartilhamento "gravam" as TAGs contidas no evento específico.




E aí, o que acontece? O site começa a filtrar informações, com o objetivo lógico de facilitar as pesquisas e mostrar sempre o que puder de interessante que esteja relacionado àquela TAG capturada. Ou seja... Se você é músico, por exemplo, provavelmente procura muita informação ou clica em muitos links relacionados a esta área. Portanto, cada vez mais tudo que estiver dentro do seu universo pessoal de relacionamento virtual estará cada vez mais associado à música, com as notícias sobre música sempre aparecendo com mais destaque, os comentários dos amigos sobre o assunto também aparecem mais... Enfim, o próprio sistema virtual faz uma seleção de interesses pra nós. Ele evidencia tudo o que é interessante pra gente.

Ou não, parafraseando o Caetano.

Quando uma coisa ruim é muito noticiada, mesmo por Haters (jargão nerd e virtual pro pessoal que fica perdendo tempo criticando algo ou alguém de maneira destrutiva), as TAGs ficam ali sendo armazenadas pelo sistema. Então aquele velho "falem bem, falem mal, mas falem de mim" funciona de maneira positiva para a divulgação e o aumento do ibope daquele assunto. Portanto, se você odeia Reality-Shows, se ficar criticando ou falando sobre isso, pode ter certeza que está ajudando a disseminar a TAG cada vez mais pra você mesmo e pros amigos que assinam o seu RSS, ou seu feed de notícias, sei lá.

Por fim...Já que o grande lance é compartilhamento de informações, proponho aqui que a gente faça um movimento a favor da cultura. Vamos tentar evitar ao máximo qualquer informação direta que seja relacionada com esse tipo de programação medíocre da TV aberta (e tantas outras tentativas de massificar cada vez mais nossa arte e nossa cultura), e vamos promover o compartilhamento de informações de nível cultural relevante aos nossos colegas. Aproveitem o YouTUBE, os jornais, ou as próprias redes sociais, e vamos tentar compartilhar, pelo menos 1 vez por dia, algum link com algum conteúdo interessante, seja uma música, um vídeo, uma matéria ou uma biografia. Dessa forma, acredito que estejamos contribuindo para a proteção dos nossos patrimônios culturais, pra uma convivência virtual mais tolerante e tolerável, sem contar que é um tipo de divulgação que obviamente não incomodará ninguém, pelo contrário, só se tem a ganhar.

Valeu, grande abraço a todos e até a próxima!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dó Menor

Chuva fina, vento dorido. O final da tarde, e não sabia o que mais envolvia o ambiente em brumas; os cigarros queimando, solitários, o sopro suave e frio em dó sustenido, as janelas, cortinas e portas trancadas... E o meio copo, a metade marrom, destilada, diluída no gelo despreocupado.
    E os olhos que, às vezes, se enchem de saudade.
   
Aquele telefonema impensado que ainda estava por vir. E os lençóis cansados, embotados de perfume que insistia em esvair-se cada vez mais depressa...
    A escuridão, inconstante à lentidão dos pensamentos. Quisera por vezes estar esparramado na calçada, cão sem dono, lua nova. Os dedos tocando o meio-fio, o cheiro do asfalto e fumaça. Mas estava ali, na solidão das velas acesas, na imensidão profunda e vasta, ao relento oceânico que, por pouco, por faltar o cheiro de mar, a canção das ondas umedecendo a areia... por tão pouco, viu-se tão somente no canto do quarto. E sentiu vontade de ter a noite nos braços, e dormir nos braços da noite.
    E nunca saber a quem realmente estava se referindo. À embevecida insensatez, à noite sem luar, ou ao Jazz que ouvia, solene.

Homicídio hediondo...

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Pulgas no Facebook!

Boa tarde! Recentemente fizemos pelo Facebook uma página-anexo aqui do Pulgas na Rede. Curta lá que eu curto cá! Taí o link abaixo, não é vírus, hehehe.

Pulgas na Rede - Viver é uma questão Semântica e a Verdade Coça - agora numa rede social pertinho de você!

A gente te espera por lá também.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Porque a sociedade precisa de informação

Boa noite, amigos internautas seguidores e leitores. É um prazer estar esta noite aqui com vocês.

Hoje vamos falar sobre um assunto pertinente a muitas situações polêmicas que tenho visto tanto nos jornais como nos feeds das redes sociais que participo. Existem alguns pontos que não gostaria de tocar porque vão acabar gerando uma discussão sem fim; mas sei que será inevitável e uma hora ou outra vou ter que acabar comentando.

Na postagem anterior, quando falamos sobre certos tipos de alienação cultural da nossa sociedade (vocês podem conferir rolando a tela ou clicando no link ao lado), constatamos que muito do que nossa sociedade e obrigada a engolir, sem direito à digestão, é empurrado por todas as pessoas e/ou entidades que desejam desenvolver suas atividades sem obstáculos intelectuais sociais. Isso é bem claro, convivemos com a falta de informação diariamente nas ruas, no trânsito, no trabalho, na academia e nas instituições de ensino (infelizmente).

A questão é: quando a falta de informação começa a gerar danos morais, psicológicos e até físicos às pessoas do nosso convívio.

Não é difícil exemplificar o que estou propondo. Discussões contra ou pró-aborto, todos os temas que envolvem o homossexualidade, violência feminina, absurdos políticos que são propostas de lei... Tudo isso compõe a aquarela de idéias para se pintar o quadro de eternas discussões polêmicas, e se fôssemos falar sobre todos estes; na verdade, bastava que escolhêssemos um deles; certamente este post se tornaria um tratado.

Para o bem da informação, é importante que as pessoas tenham em mente duas coisinhas básicas e importantes, que até já foram faladas por aqui: gentileza e senso de coletividade.

Nossa! Se pararmos pra pensar de maneira generalizada, o exercício destes dois conceitos já resolve muito da problemática aqui exposta! Então já temos 90% do caminho andado. Agora, gostaria "humildemente" e "despretensiosamente" de citar uma pequena lista de sugestões de conduta que todos nós deveríamos observar na hora de levar adiante quaisquer destes assuntos polêmicos.

1 - Todas as pessoas do mundo têm direito à argumentação. Isso é inobstante à classe social da pessoa, à universidade que ela estudou; na verdade, tanto faz se ela estudou ou não; ao gênero, ao número e ao grau. O contrário também é válido. O fato de você ser um doutor, um PhD em física nuclear pela universidade de Oxford não te dá um direito maior, e nem força de argumentação maior, do que qualquer outra profissão que alguém considere de baixo nível intelectual. Insistir nesse item 1 é uma FALÁCIA das mais baixas, e não é outra coisa senão que um reflexo de pedantismo e arrogância.


2 - O Brasil é um país atualmente com cerca de 194.946.470 habitantes, das mais variadas raízes étnicas e antropológicas, com religiões e credos distintos, com costumes distintos e até quase idiomas distintos. Somos - e com MUITO orgulho - caracterizados como um povo multicultural e multiétnico. Aqui se faz samba, se faz jazz, se faz rock, se faz ópera, se faz forró e muitos mais - isto só pra citar a música. Não faz o menor sentido qualquer tipo de preconceito racial ou de ordem de gênero aqui neste país. Na verdade, em canto nenhum do mundo; mas vindo daqui é bem hipócrita.

3 - A ciência é uma condição de pesquisa e visão de mundo renovável, que não se prende a dogmas, que é refutável e agregável. Graças a ela estamos vivos hoje, graças a ela a longevidade dos seres humanos tem aumentado a cada geração. É certo que graças a ela muitas catástrofes acontecem, mas graças à ciência também muito pode ser previsto e evitado. Não podemos ignorar a evolução e a tecnologia, temos que aprender a conviver com ela. Se você está lendo este blog sabe bem disso.

4 - A sexualidade de uma pessoa, com quem ela sai, do que ela gosta, como ela ama e como sente prazer é um problema unica e exclusivamente dela. Da mesma forma que estética não traduz sexualidade, sexualidade também não é indicador de qualidade profissional; não te faz mais ou menos apto a praticar esportes; não é medidor de intelectualidade e muito menos de caráter.



5 - Este quinto ponto complementa o anterior. Nosso Estado é LAICO.

(lai.co)

a.
  1  Não religioso (educação laica)
  2  Secular (em oposição a eclesiástico) [ Antôn.: clerical, religioso. Sin.das acp. 1 e 2: leigo]

Sabem por quê? Por causa do item 2. Seria impossível e ilógico para qualquer país com um nível de diversidade como o nosso apontar uma religião ou credo que fosse "certa" para indicar o norte e os rumos da política e do planejamento urbano daqui. A religião, meus caros, é produto da fé, e a fé é a crença em algo ou alguma coisa que dispensa explicação ou fundamento lógico. Sendo assim, não pode ser motivo e muito menos BASE de discussão. Não importa minha religião, a sua, ou a religião do sicrano; é uma característica íntima e singular, espiritual, e não deve fazer parte de choques argumentativos.

Existem mais alguns pontos que até gostaria de citar, mas não lembro (ou são tantos que não  se organizam direito na cabeça, hehehe). Se você leu tudo até aqui, reflita sobre essas questões. Evite o pré-julgamento. Faça do nosso mundo e do convívio entre as pessoas um lugar com menos ódio desnecessário. Só assim, ao longo das viradas de ano, nós vamos REALMENTE esperar mudanças e melhorias em todos os aspectos. Nossa sociedade precisa de informação, e não tem ninguém no mundo além de nós mesmos para nos salvar. Um abraço!

BBB 2012 (Tirinha única...)

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Atentados anti-cultura no Brasil...

Boa noite de quarta feira a todos vocês, internautas e leitores aqui do Pulgas na Rede!

Janela do meu quarto; amanhecer de 01/01/2012
Toda virada de ano é marcada por uma série de promessas e simpatias esotéricas, ou juramentos, ou seja lá o que for - com intuito de mudança e busca de melhores condições profissionais ou pessoais. Isso com certeza acontece no mundo inteiro, e é bastante comum nas casas de todos os brasileiros.

Também já não é novidade - inclusive até repetimos o quase jargão aqui - que para as mudanças acontecerem, elas devem começar não em outro lugar senão dentro de nós mesmos. É aquele velho papo de individual pelo coletivo, pra se ter o coletivo pelo individual, e por aí vai. Pois bem, é mais ou menos nessa linha que nós vamos falar sobre o assunto de hoje.

Atentados?
Atentados anti-cultura no Brasil... Não sei como você encara esta proposição, caro leitor que não convive de perto com a classe artítstica (profissionalmente falando). Mas para mim e vários amigos este é um assunto muito sério e que, por se tratar do nosso modo de vida, muito além de simples gosto estético, é um caso que às vezes nos sufoca e já mandou muita gente boa embora do país em busca de melhores condições de trabalho e/ou convivência. Então vamos finalmente ao ponto.

Fiquei sabendo através do Facebook da repercussão negativa - pelo bem da nação - de uma edição daquela revista Época, que eu sinceramente nem sabia mais que existia. Vocês podem fazer uma visita ao blog do Gustavo Magnani, que se chama Literatortura. Este link vai direto pra reportagem que citei, então é bom dar uma olhada antes de continuar a ler, afinal conteúdo nunca é demais.

A manchete de capa da revista diz o seguinte: "Com o sucesso 'Ai se eu te pego' o cantor paranaense Michel Teló traduz o valor da cultura popular para todas as classes". Não vou me aprofundar muito neste assunto, já foi bastante explorado pelo Gustavo, dêem uma olhada.

Eu fico sem palavras pra exprimir o que sinto quando vejo um veículo de comunicação que atinge várias classes sociais reproduzindo uma matéria como essas. Torpe. Fere a dignidade dos artistas nacionais. Não... Qualquer pronunciamento negativo é pouco. Não pelo artista que está sendo citado (até porque conheci esse Michel através dessa reportagem), mas pela idéia que a revista pretende enfiar goela abaixo da sociedade pouco instruída. Lendo o fórum da revista sobre o assunto a gente vê alguns absurdos replicando comentários indignados, como "Música clássica é coisa de gente velha". Aí fico me perguntando para onde está se encaminhando nosso país.

Estamos a menos de 1 semana de um evento que vai coroar o desenvolvimento dos atentados anti cultura aqui no Brasil. Alguém chuta? Aí vai uma dica: Serão 12 participantes confinados dentro de uma casa, convivendo juntos, realizando provas que exigem aqüidade física e raciocínio (pô, superestimei bem agora), todos buscando uma enorma quantia de dinheiro. Pois é.

Admiro muito Pedro Bial enquanto escritor e jornalista. Ele é excelente no que faz. Mas acho medíocre quando vejo um profissional de alto nível como é ele se submetendo a uma atividade alegórica dessas. Sinto mesmo vergonha alheia. Mas vou ressaltar uma coisa que acho mais que relevante. Desde a grécia antiga que os governantes e filósofos - acho que foi Heidegger, faltei a aula - comentavam sobre os gostos da população, e como fazê-las consumir algo que lhes ocupe demais a mente a ponto de esquecer os problemas sociais, ou deixem de se preocupar com refinamento estético. Isso veio antes da política de pão e circo. Heidegger (se foi ele mesmo) fez alusão ao gado, quando passavam por período sem bom crescimento dos pastos. Davam-lhe uma massa de mistura de água com cereais (aqui na terrinha a gente chama de angú, hehe), e o gado ficava empanzinado, não precisava do pasto. Massa para gado empanzinado. Foi daí que surgiu o termo "a grande massa". Com isto, acho que fica claro - embora controverso, por favor, não é o foco da questão - que essa necessidade partiu do povo que, como o gado, precisava de algo para consumir, irracionalmente, mesmo que isso lhes fizesse alheios à problemática inteira à sua volta.

A televisão reporta este tipo de programa medíocre porque tem quem assista. Música de baixa qualidade filosófica, criativa e estética pega porque tem quem escute. Roupa da moda é cara porque tem quem pague o preço. Tenho fé ainda que a humanidade vai chegar em casa do trabalho à noite, desligar a porra da televisão e ler um livro. Mesmo que seja um Crepúsculo da vida; que, apesar de ser uma história fútil e vazia, incentivou a leitura de milhares de jovens.

É hora, meus caros, de voltarmos a crítica ao que realmente precisa. E a quem realmente merece!

A verdade sobre a Lichia

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Calçadas privatizadas...

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Novo Layout

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Leves modificações...

Fim da greve!

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Caos Em Fortaleza: O que não é boato

Saudações aí pra vocês, caros leitores internautas de plantão nessa tarde de feriado em plena 3a feira!

Peraí, feriado?

Av. Bezerra de Menezes - tudo fechado...
Pois bem. uma vez que é premissa da gente aqui no Blog tratar de informação - e informação é uma coisa séria - vamos falar um pouco sobre o que vem acontecendo especialmente ontem e hoje aqui na cidade de Fortaleza, Ceará, e que já está nos noticiários do Brasil inteiro e, pasmem, do Mundo.

O que ocorre é o seguinte, a você, caro leitor que não tem acompanhado as notícias ou está fora da cidade: os Policiais Militares do estado do ceará, e agora também a Polícia Civil, além de anteriormente os Bombeiros e todo o segmento do setor de Segurança do estado, reinvindicam melhorias nos cargos, tanto em condições como melhorias financeiras. Estas reinvindicações datam de uma primeira greve (que não foi geral e aconteceu em menor escala) que houve por aqui há cerca de 5 meses.

Centro da cidade... 11h da manhã, acreditam?
Pois bem, o grande trunfo dos sindicatos foi o início iminente da greve na véspera da grande festa de ano novo aqui na cidade; o que foi contornado com a vinda das forças armadas nacionais, etc e tal... O que tecnicamente despotencializaria o choque que deveria ser causado na população e, consequentemente, nos governantes.

A medida foi de certo causada pela indignação e a vontade radical de ter seus direitos respeitados e respondidos. Então a greve se fez, e o caos se instaurou. Governo buscando que a greve terminasse por pressão da sociedade, sem negociações iminentes, policiais transformando a greve em chantagem, uma parte da população sendo prejudicada (com certeza a parcela de baixa renda) e outra parte contribuindo a instaurar o caos ainda mais numa cidade que está pra se tornar um filme de faroeste.

Aqui já era perto da Av. Duque de Caxias
A explosão do assunto nas redes sociais tanto ajudou, como prejudicou. A gente acabava sabendo quais eram os focos da violência e dos roubos na cidade, mas acabava ficando tudo muito embaçado por uma enorme quantidade de internautas que estavam achando muito engraçado compartilhar notícias falsas ou caducas pra confundir as pessoas que estavam realmente preocupadas.

Mas o que é ou não boato? 

Caixa Econômica da Av. Bezerra de Benezes

Saí esta manhã pra resolver meus problemas burocráticos nas ruas e me deparei com situações estranhas logo de início. Ruas vazias, sem trânsito, sem movimento. As poucas pessoas que andavam nas calçadas, andavam em grupos e a passos rápidos. Os carros avançando o sinal, e todo mundo dirigindo rápido, mas não uma rapidez de fórmula 1, era aquela rapidez de quem tá na rua às 23:50 do dia 31 de dezembro. E olha que já é 2012...
Meu destino era a Caixa Econômica e, quando chego por lá... Portas fechadas e correntistas indignados na porta do banco. Ninguém podia entrar, pra nada. Ordens da superintendência.

Saindo dali, comecei a tirar fotos do movimento toda vez que parava num sinal. Era incrível; todas as lojas e instituições tinham as portas fechadas. Os poucos locais com as portas ainda abertas - até, posteriormente, a ordem geral que o comércio fechasse suas portas às 14h - tinham segurança particular armada na porta, ou então um grupo de 3 ou mais funcionários pra intimidar possíveis assaltantes.

Correios fechando as portas e aderindo à greve
Segui fazendo a trajetória Bezerra de Menezes - Duque de Caxias - Antônio Sales - Washington Soares. A situação era a mesma em todo lugar. Notem que o percurso que fiz saida de uma região de mais baixa renda - onde, supostamente, os crimes aconteciam com maior frequência - até áreas mais nobres da cidade, como ali um pedaço da Aldeota. E, em todo lugar, era a mesma coisa. Portas fechadas, gente andando em grupo, movimento de 4a feira de cinzas, carros avançando sinal vermelho, sem policiamento, sem ronda do quarteirão, sem AMC, sem bombeiros, sem transeuntes e, pasmem de novo, sem correios, hehehe.

Não estou certo de que a dose é certa...
Ao contrário do que estão dizendo por aí, a frota de ônibus não está normal na cidade. Se estiver funcionando 30% dos carros é muito. Pontos de ônibus lotados (considerando o medo do povo de sair de casa ou ficar parado num lugar de alto risco como este). Parei o carro em mais de 10 paradas e, em todas, a mesma coisa. "Não tá passando ônibus não...", ou "Vixe, aqui só de meia em meia hora...".

O fim da linha (não por outro motivo senão por ter chegado em casa, hehe) foi a Washington Soares, com o Shopping Via Sul sendo alvo de arrastão, juntamente com os bancos Caixa Economica, Itaú, Santander e Bradesco que se concentram nos arredores do shopping. Ali, creiam, um helicóptero com as cores do ronda do quarteirão sobrevoava pairando o chão, e viaturas com soldados de arma em punho nas calçadas.

Helicóptero da PM manobrando pra descer na Washington
A conclusão que tiro disso tudo é o trato que a sociedade dá a este tipo de situação. Incluo em "sociedade" os próprios policiais, que deixam suas famílias em casa tão vulneráveis como a minha e a sua, quanto os bandidos, que se aproveitam da situação pra dar cabo dos saques e da violência generalizada. Será isso um prenúncio do fim do mundo, ou, numa piada repetida, a sensação de que 2012 é um filme que a gente já assitiu?

Policia armada em frente ao Shopping Via Sul
Falta consciência. Da população, na hora de esolher os governantes, na hora de disseminar notícias falsas durante um momento sério e de fazer revoluções de teclado que não levam a nenhum lugar além dos feeds de notícia. Falta consciência dos governantes em não tratar os profissionais sérios da nossa sociedade como eles realmente devem ser tratados, sejam eles policiais, professores, médicos ou artistas. E falta consciência dos profissionais em greve também. Um serviço essencial não pode parar, nunca. Nenhum homem é uma ilha, e não é esfolando o justo que a gente consegue ensinar algo ao pecador. Isso é um pensamento medieval demais pra 2012.

Quem vai limpar a sujeira depois, os garis?




A última sobre o arrastão em Fortaleza...

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Arrastão Popular Brasileiro

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E os arrastões em Fortaleza - CE?

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Tédio...

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Causo: Lápide Azul

Vou contar um causo pra vocês, esse é light.

    Numa cidade - lá em Pedra Branca, sertão central do Ceará - viviam três amigos, Chico Sabiá, João Marreiro e Joaquim Onça. Toda sexta feira pela tarde os três se reuniam no bar do Zéfiro, que fica por trás do cemitério municipal; hoje em dia acho que nem existe mais.

    Certa vez os amigos estavam costumeiramente reunidos tomando "umas" no bar, era dia especial, escutem só. Brasil tinha ganhado copa do mundo, tinham conseguido promoção no trabalho, o comercio ia bem, só motivos pra se comemorar. Chico Sabiá, que sempre gostou muito de contar vantagem, contava lá suas histórias de pescador:
    - Pois foi! E nessa noite que eu açoitei o tal do lobisomem. bicho grande. Mais de noventa dentes, enormes. O monstro tinha uns três metros de altura, devia ter mais de dez arroubas de "pesagem".
    - É mesmo, rapaz? - diziam os amigos à mesa.
    - Pois foi! E olhe vocês que eu só tinha uma bala no cano da espingarda. Preparada. Mas não tive medo não. Mirei bem enquanto o bicho rugia, olhei o lance... Pá!... Meti foi bala nos "peito" do lobisomem.
    - Hahaha, mas eu não acredito nessa, mas nem bêbado! - Disse João Marreiro.
    - É verdade, João! O bicho era feio que nem presta! Parecia com a mulher do Zéfiro...
    Todos riram. Era sempre assim. Até que Joaquim Onça levantou, tomou um gole da cana que estavam bebendo e bateu na mesa:
    - Pois olhe, Chico Onça! Quero lhe propôr um desafio pra ver se você é macho mesmo. Vá no túmulo da filha do Duque, aquela que todo mundo diz ser assombrada, e pregue um daqueles pregos de viga de construção. Hoje, meia noite. Amanhã a gente vai lá e vê se você fez o trabalho direito.
    E lá ia o pobre do Chico Onça tentar provar a hombridade. Chovia torrencialmente, todo mundo apertado dentro da parte coberta do bar, e Chico lá, com um lampião e o prego numa das mãos, o martelo na outra, a maior cara de medo do mundo. Uma capa de chuva "amarelo-cheguei".
    Entrou no cemitério. Silêncio, parecia que nem chovia. Só o vento de lado, assoviando coisas, imitando assombração. Uns vultos aqui outro ali. Uma cotia, ou uma coruja, piando em hora inoportuna só para assustar.
     Mais à frente, ela. Azul, estática como todas as outras lápides. Chico foi lá, pé ante pé, aproximou-se. Relâmpagos e trovões. Parece que quanto mais se aproximava, pior ficava. Seria mesmo assombrada essa lápide? Que horror! Começou a lembrar das histórias das pessoas que desapareceram rondando pelos portões do cemitério, e lá estava ele, dentro, de frente pro crime! Espere! Que barulho era aquele? Melhor cravar logo o tal do prego e sair correndo!
    Chico começou a bater o martelo enquanto olhava pra todos os lados, trêmulo, com medo de ver algum fantasma, assombração ou que diabo quer que se estivesse por ali. O suor frio se misturava com a chuva. O prego... Sim, já estava bem cravado! Finalmente! Porém... Quando foi tentar levantar... Alguém puxou-lhe pela capa com força! Chico ficou tão transtornado que largou martelo, lampião, capa, e correu pra rua, nem passou pelo bar.
    Todos gargalharam do Chico Valente - como ficou conhecido - e contam o causo por lá até hoje. E até hoje o coveiro não entendeu, quando andou pelo cemitério na manhã seguinte, porque raios alguém foi por lá durante a noite pra pregar uma capa de chuva amarela com um prego de construção numa lápide azul...

Inspiração

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Essência

Bom segundo dia de 2012 pra vocês! Estava prrocurando sobre o que escrever e de repente "reencontrei" um blog, ou espaço virtual - daquele site multiply.com, onde tinha uma página pessoal há muito tempo... Pensei até que estava fora do ar, mas ainda está por lá. Reli um dos escritos e achei interessante compartilhar, por se tratar da mesma idéia do blog!



17 de Maio de 2006 - 22:26

Outro dia, enquanto me meti a dar umas aulas de literatura, eu e meus "alunos" (por assim dizer...) começamos a abordar uns assuntos interessantes referentes a Poesia.
Não é algo fácil de se tratar... poesia moderna é uma coisa que não tem regras; ou tem! Mas, essencialmente, predomina o "ponto de vista". Se você tem o ponto de vista igual ao meu, fazemos o mesmo "timbre" descritivo. Pode ser que nossas metodologias poéticas sejam diferentes, até.
Conversa vai, conversa vem (e aula nada... mas no fim das contas, foi a melhor aula!), e chegamos no ponto que tratava a beleza estética de uma poesia. É outro assunto difícil de se tratar, porque TAMBÉM depende muito de ponto de vista. Assim como o certo e o errado; assim como o que é pecado e o que não é... É tudo muito relativo, é tudo muito humano. A gente não pode apontar, neste conjunto universo, nada que seja uma verdade natural, nada. Mas, enfim, ousamos discutir beleza, ousamos discutir estética. Ousamos apontar o que "funciona", dentro de uma composição literal (seja letra de música, seja poesia, ou ambos)...
O que acontece é que muitas vezes há muita erudição desnecessária. Há muito enfeite. Várias coisas podem ser ditas de forma simples e obter efeitos surpreendentes, profundos, metafísicos, inexatos! E como não poderia deixar de ser? Inovação lingüística, neologismos... tudo se encontra dentro do padrão moderno... mas nem tudo "funciona". E o que é que "funciona", se tudo depende do "ponto de vista"?

Aí é que está... não existe uma receita de bolo para a escrita, é óbvio. E seria muito clichê dizer que "escrever com sentimento" tornaria sua poesia uma obra mais qualificada do que uma outra que foi escrita de forma menos... ? ...

A gente pode tomar um exemplo. "E os corpos frios e frígidos/mas tórridos, semblante ao sol; homens/tomaram o rumo da partida/o rumo oceânico/o rumo de onde vieram as artes, onde residem os segredos/o Mar intenso e sedutor/ a eloqüência das paixões, a onda-desatino/de onde viemos, e para onde iremos/como um grande ciclo, uma grande espiral/uma grande maré". É notável o uso de atributos até pretensiosamente eruditos, uma linguagem de certa forma refinada e rebuscada...
Agora vamos para uma nova forma de escrever o mesmo tema:
"Minha jangada vai sair, pro mar,
Vou trabalhar,
Meu bem querer,
Se Deus quiser,
Quando eu voltar, do mar
Um peixe bom,
Eu vou trazer,
Meus companheiros também vão voltar,
E a Deus do céu vamos agradecer !"
Percebem como uma escrita simples, até coloquial; o que está escrito não é mais do que o que um pescador; que não tem tanto conhecimento de escrita por primordializar outras virtudes; poderia dizer! E isso toca fundo em qualquer pessoa que perceba o que está sendo dito! Se consegue imaginar o sentimento de tristeza, de coragem, de perda... de saudade, de nostalgia, de ausência... o que ocorre na vida de um pescador...
Mas a gente escreve interpretações literais num outro momento. O importante é que a questão não é escrever a seu "ponto de vista". A questão é conseguir passar algo, fazer alguém que lê, relê ou estuda o que foi escrito, sentir, e não propriamente entender... Por mais complicado que isso seja. É o "olhar' das palavras...

      

Planos em 2012...

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