Pulgas na Rede

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Porque a sociedade precisa de informação

Boa noite, amigos internautas seguidores e leitores. É um prazer estar esta noite aqui com vocês.

Hoje vamos falar sobre um assunto pertinente a muitas situações polêmicas que tenho visto tanto nos jornais como nos feeds das redes sociais que participo. Existem alguns pontos que não gostaria de tocar porque vão acabar gerando uma discussão sem fim; mas sei que será inevitável e uma hora ou outra vou ter que acabar comentando.

Na postagem anterior, quando falamos sobre certos tipos de alienação cultural da nossa sociedade (vocês podem conferir rolando a tela ou clicando no link ao lado), constatamos que muito do que nossa sociedade e obrigada a engolir, sem direito à digestão, é empurrado por todas as pessoas e/ou entidades que desejam desenvolver suas atividades sem obstáculos intelectuais sociais. Isso é bem claro, convivemos com a falta de informação diariamente nas ruas, no trânsito, no trabalho, na academia e nas instituições de ensino (infelizmente).

A questão é: quando a falta de informação começa a gerar danos morais, psicológicos e até físicos às pessoas do nosso convívio.

Não é difícil exemplificar o que estou propondo. Discussões contra ou pró-aborto, todos os temas que envolvem o homossexualidade, violência feminina, absurdos políticos que são propostas de lei... Tudo isso compõe a aquarela de idéias para se pintar o quadro de eternas discussões polêmicas, e se fôssemos falar sobre todos estes; na verdade, bastava que escolhêssemos um deles; certamente este post se tornaria um tratado.

Para o bem da informação, é importante que as pessoas tenham em mente duas coisinhas básicas e importantes, que até já foram faladas por aqui: gentileza e senso de coletividade.

Nossa! Se pararmos pra pensar de maneira generalizada, o exercício destes dois conceitos já resolve muito da problemática aqui exposta! Então já temos 90% do caminho andado. Agora, gostaria "humildemente" e "despretensiosamente" de citar uma pequena lista de sugestões de conduta que todos nós deveríamos observar na hora de levar adiante quaisquer destes assuntos polêmicos.

1 - Todas as pessoas do mundo têm direito à argumentação. Isso é inobstante à classe social da pessoa, à universidade que ela estudou; na verdade, tanto faz se ela estudou ou não; ao gênero, ao número e ao grau. O contrário também é válido. O fato de você ser um doutor, um PhD em física nuclear pela universidade de Oxford não te dá um direito maior, e nem força de argumentação maior, do que qualquer outra profissão que alguém considere de baixo nível intelectual. Insistir nesse item 1 é uma FALÁCIA das mais baixas, e não é outra coisa senão que um reflexo de pedantismo e arrogância.


2 - O Brasil é um país atualmente com cerca de 194.946.470 habitantes, das mais variadas raízes étnicas e antropológicas, com religiões e credos distintos, com costumes distintos e até quase idiomas distintos. Somos - e com MUITO orgulho - caracterizados como um povo multicultural e multiétnico. Aqui se faz samba, se faz jazz, se faz rock, se faz ópera, se faz forró e muitos mais - isto só pra citar a música. Não faz o menor sentido qualquer tipo de preconceito racial ou de ordem de gênero aqui neste país. Na verdade, em canto nenhum do mundo; mas vindo daqui é bem hipócrita.

3 - A ciência é uma condição de pesquisa e visão de mundo renovável, que não se prende a dogmas, que é refutável e agregável. Graças a ela estamos vivos hoje, graças a ela a longevidade dos seres humanos tem aumentado a cada geração. É certo que graças a ela muitas catástrofes acontecem, mas graças à ciência também muito pode ser previsto e evitado. Não podemos ignorar a evolução e a tecnologia, temos que aprender a conviver com ela. Se você está lendo este blog sabe bem disso.

4 - A sexualidade de uma pessoa, com quem ela sai, do que ela gosta, como ela ama e como sente prazer é um problema unica e exclusivamente dela. Da mesma forma que estética não traduz sexualidade, sexualidade também não é indicador de qualidade profissional; não te faz mais ou menos apto a praticar esportes; não é medidor de intelectualidade e muito menos de caráter.



5 - Este quinto ponto complementa o anterior. Nosso Estado é LAICO.

(lai.co)

a.
  1  Não religioso (educação laica)
  2  Secular (em oposição a eclesiástico) [ Antôn.: clerical, religioso. Sin.das acp. 1 e 2: leigo]

Sabem por quê? Por causa do item 2. Seria impossível e ilógico para qualquer país com um nível de diversidade como o nosso apontar uma religião ou credo que fosse "certa" para indicar o norte e os rumos da política e do planejamento urbano daqui. A religião, meus caros, é produto da fé, e a fé é a crença em algo ou alguma coisa que dispensa explicação ou fundamento lógico. Sendo assim, não pode ser motivo e muito menos BASE de discussão. Não importa minha religião, a sua, ou a religião do sicrano; é uma característica íntima e singular, espiritual, e não deve fazer parte de choques argumentativos.

Existem mais alguns pontos que até gostaria de citar, mas não lembro (ou são tantos que não  se organizam direito na cabeça, hehehe). Se você leu tudo até aqui, reflita sobre essas questões. Evite o pré-julgamento. Faça do nosso mundo e do convívio entre as pessoas um lugar com menos ódio desnecessário. Só assim, ao longo das viradas de ano, nós vamos REALMENTE esperar mudanças e melhorias em todos os aspectos. Nossa sociedade precisa de informação, e não tem ninguém no mundo além de nós mesmos para nos salvar. Um abraço!

10 comentários:

  1. Oi Leandro, aqui é Talles Azigon do Templo da Poesia,li seu post e refleti dentro dos pontos que você colocou um estudo realizado por uma dessas universidades que diversidade cultural era um dos pontos principais para o desenvolvimento de uma nação, se esses pontos colocados por você fosse totalmente praticados estaríamos em uma situação melhor.

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  2. Oi Talles. É um assunto que tem até mais pontos, e os que citei aqui têm inclusive seus afluentes que também deveriam ser discutidos e levados à importância também. Mas vamos passo a passo fazendo nossa parte. Um abraço!

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  3. Passo a passo fazendo nossa parte. ...\o/

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  4. Um ponto, de igual importância - creio eu - , a ser acrescentado é o 'desprender' do sentido em que um ponto de vista diferente do outro é visto como um ataque pessoal.
    O ponto de vista diferente deve ser considerado como conhecimento. Infelizmente ainda vemos, embora poucas, pessoas que deturparam os termos comunicação, respeito e humildade, sentem-se incompreendidos e/ou incompreensíveis, porque voltaram-se para dentro e se auto-analisam continuamente com base em idéias, muitas vezes desfiguradas, e sem conteúdo, tornado-as fúteis e de caráter duvidoso.
    Essa cultura competitiva que é levada, por alguns, até para uma simples conversa (sobre futebol, religião e política) é o que lesa uma boa comunicação. São, em uma parte, as mesmas pessoas que vêem simples conversas como batalhas na disputa da razão, e ferem-se por achar que o ponto de vista do outro é uma facada nos próprios ideais.
    O conhecimento, assim como a "informação", para quem, às vezes, se desespera, ele consola, mostrando que todo ser humano é igual, e que toda dor parece ser única, bem como a felicidade.
    Por fim (porém não menos importante), parabenizo o idealizador do texto bem como a simplicidade na escrita, que facilita a compreensão de muitos.

    Um grande abraço.

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  5. Obrigado pela contribuição, David. É importante ressaltar esse adendo que você fez ao texto. Grande abraço!

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  6. Rsrsrs, o fato de (apesar de não ser um homem "religioso") eu crer em Deus e em Jesus é uma excelente oportunidade para você exercer sua gentileza e senso de coletividade :-)

    Apesar de não crer que estou vivo por causa da Ciência (afinal, a vida estava aqui no mundo ANTES da Ciência), creio que ela é sim um bom entendimento e graças a ela por muitas coisas... só não minha vida.

    Quanto ao Estado Laico, concordo plenamente. As religiões somente atrapalham a democracia. Todos têm direito a livre pensamento, sejam cristãos, macumbeiros, ateus, satanistas...

    Quanto à polêmicas e discussões, penso que, em primeiro lugar, deve-se usar o bom senso e ver se vale a pena sequer estar discutindo ou polemizando.

    Lembrando que, a militância que você faz, por muitos pode ser encarado com uma "religião", ao menos no modus operandi ;-) Religião vem de Religare, que é religar o homem a alguma coisa (não obrigatoriamente Deus, não há nada na etimologia que diga isso... Por isso, pode ser interpretado como uma forma de religar o homem a si mesmo, ao mundo e à natureza. Pela lógica (tão defendida), isso que fazes é uma Religião ;-)

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  7. Isso com certeza. Religião enquanto ligação espiritual é essencial, na minha opinião. Não sou ateu, tenho minha fé também, acredito em Deus. O que defendo no texto é que Religião não sirva de base para justamente ser um "modus operandi", um modo de vida. É algo particular de cada um e não deve ser usado, como você ressaltou, para interferir ou modelar a democracia.

    E lembrando, roberto, que no texto inteiro eu fui claro e objetivo, porque a proposta era justamente atingir o objetivo de levar um discurso desta maneira. Então meio desnecessária o teu jogo de lógica quanto ao sentido que usei de Religião... Quando falei de religião ali foi bem general mesmo, quanto às práticas religiosas, especialmente as preconceituosas (que têm interferido em decisões e procedimentos sociais), quanto às de hipocrisia (no caso de uma ENTIDADE religiosa que promove a guerra em nome da paz...). Só isso mesmo. Sem intuito de polemizar, até porque proselitismo religioso ou moral é crime aqui no Brasil :P

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  8. Não é jogo, é só... lógica :-) É porque o conceito de religião é sempre adotado com conotação fanático-deísta, mas religião é qualquer fundamento baseado em opinião, fé ou mesmo estilo de vida. Existem muitas fés, muitas opiniões, e muitos estilos de vida. Quando você impõe o seu como verdade (muitas vezes baseado na lógica e/ou numa explicação científica) é uma atitude de pregação, só não é um evangelho ;-)

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  9. Pois então a questão toda foi que você fez uma leitura dinâmica no que escrevi, Roberto. Releia o texto, com o adendo feito inteligentemente pelo amigo David Capibaribe nos comentáios aqui anteriores aos nossos e reflita... É exatamente o contrário que estou fazendo. Pregar a liberdade de expressão, de crença, de fé, de costumes, e defender que eles não devem interferir em nenhum tipo de democracia pode até ser uma "religião", com os devidos fundamentos etimológicos e num plano bem subliminar. Mas se espelhar nisso pra dizer que segue a mesma lógica de algo "fanático-deísta"... que era ao que me referia... Aí não é ausência de lógica, pelo contrário. É bem um sofisma, hehe, falácia pra despotencializar a argumentação. Enfim... o que importa é que o recado foi dado; a proposta é que as pessoas reflitam, e não que sigam o que estou "sugerindo humildemente e despretensiosamente", como coloquei no início justamente pra evitar esse disco de discussão, hehehe

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